por Anton Shekhovtsov
Resumo
O pensador político russo e, em suas palavras, geopoliticista, Aleksandr Dugin, representa comparativamente uma nova tendência no pensamento radical nacionalista russo.
Ao longo dos anos 90, ele introduziu sua própria doutrina que foi chamada de Neoeurasianismo. Apesar da suposta referência ao movimento político do entre-guerras dos Eurasianistas, o neo-eurasianismo de Dugin tem suas raízes na filosofia cultural e política da Nova Direita Europeia. O neo-eurasianismo é baseado em uma teoria quasi-geopolítica que justapõe a "Nova Ordem Mundial Atlanticista" (principalmente nos EUA e no Reino Unido) em oposição à "Nova Ordem Eurasiana", de orientação russa. De acordo com Dugin, a "Ordem Atlanticista" é uma força homogeneizante que dilui a diversidade nacional e cultural que é um valor central da Eurásia. Aceitando-se isso, a Eurásia é percebida como sofrendo uma crise "severa, étnica, biológica e espiritual" e passará por um "processo orgânico étnico-cultural", sob a liderança da Rússia que irá assegura a preservação das nações eurasianas e suas tradições culturais. O neo-eurasianismo, sacralizado por Dugin e seus seguidores na forma de uma religião política, oferece uma clara ruptura com com o nacionalismo estrito, em direção ao modelo etnopluralista da Nova Direita. Muitos temas neo-eurasianos encontram uma ampla resposta entre políticos de altos cargos, filósofos, diversos estudantes universitários russos, assim como numerosos artistas de vanguarda e músicos. Já no fim dos anos 90, o neo-eurasianismo se apropriou de um disfarce acadêmico, respeitável, e foi escalado para dar suporte "científico" a algumas retóricas anti-americanas e anti-britânicas do governo russo.
Todos animais são iguais.
Alguns animais são mais iguais que outros.1
Introdução
Em agosto de 2008, tropas russas interviram no conflito armado entre a Geórgia e a auto-proclamada república separatista da Ossétia do Sul, e a sociedade russa se viu cada vez mais afetada pela exposição de uma propaganda quase que como as da era soviética por parte de agências de notícias direitistas apoiadas pelo estado. Um mantra quase que religioso, "Tanques para Tblisi", foi introduzido na mídia de massas russa por Aleksandr Dugin, Doutor de Ciência Política e líder do Movimento Eurasiano Internacional, e amplamente propagandeado pela rádio, TV e imprensa. "'Tanques para Tbilisi!' Essa é a voz da nossa história nacional". 2 "Aqueles que não apoiam o 'Tanques para Tbilisi' não são russos. [. . .] 'Tanques para Tbilisi' é isso que deve ser escrito na testa de cada russo" (Figura 1). 3 Foi Dugin que referiu pela primeira vez as ações militares da Geórgia "contra" sul ossetianos como "genocídio", bem antes disso se tornar a linha de raciocínio oficial do governo russo. 4 Um mês depois dos eventos trágicos tanto na Ossétia do Sul quanto no "centro da Geórgia",5 um artigo da Financial Times afirmou acertadamente que "frente o cenário do conflito na Geórgia e as relações em processo de deterioração com o Ocidente, os pensadores ultra-nacionalistas da Rússia [estavam] começando a exercer uma influência sem precedentes."6 No entanto, reduzir a doutrina de Dugin, o Neo-eurasianismo, a um ultranacionalismo russo promovido por outros direitistas mencionados no artigo, seria uma simplificação. Como argumentaremos neste artigo, o Neo-eurasianismo de Dugin implica em um tipo muito específico de nacionalismo, mais precisamente, o nacionalismo da Nova Direita, e pode ele mesmo ser considerado uma versão russa do movimento amplo, pan-europeu, chamado Nova Direita Europeia.
As Ideias Importam
A noção de uma Nova Direita é sem dúvida um dos termos mais ambíguos nas ciências sociais e política contemporâneas. Predominantemente limitada ao mundo europeizado, a Nova Direita tem ao menos duas grandes manifestações nacionais, ou melhor, transnacionais. As primeiras referências a esse conceito podem ser encontradas no The New American Right7 e no The Radical Right,8 de 1955 e 1963, respectivamente. Os ensaios deste dois volumes, editados por sociólogos e historiadores norte-americanos contemporâneos, focaram no movimento político conservador e consideravam a Nova Direita "como principalmente radicais de direita do McCartismo e do Republicanismo neopopulista do centro-oeste".9 A noção logo recebeu uma interpretação mais ampla no mundo acadêmico dos EUA e se estendeu de forma a englobar a Heritage Foundation, um think tank político fundado pelo recentemente falecido Paul Weyrich; o Moral Majority, um movimento político cristão que tinha entre seus membros de destaque Jerry Falwell e Pat Robertson; e também as políticas sociais e econômicas do presidente norte-americano Ronald Reagan. Na verdade, era geralmente uma combinação de políticas socialmente conservadoras e economicamente liberais que se atribuia a Nova Direita dos EUA, e, definida assim, a noção atravessou o Atlântico para identificar as políticas da primeira ministra britânica Margaret Thatcher.10
Outra grande manifestação da Nova Direita – aquela que iremos nos focar neste artigo – está associada a uma rede, originalmente francesa, apesar de a partir de então transnacional, de think tanks, jornais e conferências, rotulada como "Nouvelle Droite" em 1979.11 A entidade em si surgiu em 1968 – no despertar dos levantes de Maio – com a criação do principal think tank francês da Nova Direita, o Groupement de recherche et d'études pour la civilisation européenne (GRECE, Grupo de Pesquisa e Estudo Sobre a Civilização Europeia), fundado por jornalistas, escritores, professores universitários e outros intelectuais, entre os quais Alain de Benoist, Pierre Vial e Jean-Claude Valla eram os de mais destaque. Ao longo dos anos 70, a escola da Nouvelle Droite12 evoluiu, suas relações com intelectuais de direita estrangeiros se estendeu, e no fim da década – com a formação da Neue Rechte alemã (1972), 13 a Nuova Destra italiana (1974),14 e a Nieuw Recht belga (1979)15 – já se poderia falar de uma Nova Direita Europeia (ENR)16 como uma rede metapolítica transnacional característica. Sua natureza internacional foi reforçada ainda mais ao longo dos 80 e 90, quando os "pontos de conexão" da Nova Direita apareceram no Reino Unido (o jornal de Michael Walker, The Scorpion, e mais tarde o grupo de Nova Direita de Troy Southgate e Jonothon Boulter), Espanha (o jornal Hespérides de José Javier Esparza), Romênia (o jornal Maiastra de Bogdan Radulescu) e outros países europeus.17
Apesar do fato de que todos esses "nós" que constituem a rede mais ampla da ENR serem autossuficientes e terem doutrinas individuais, eles compartilham origens ideológicas comuns18 e são caracterizados pelo mesmo conjunto de aspectos peculiares, que permite estudiosos atribuir a esses "nós" uma escola comum de pensamento que contrasta com as manifestações americanas neoconservadoras da Nova Direita. A primeira característica é que o ENR é inerentemente oposto ao individualismo, multiculturalismo e ao igualitarismo. De acordo com pensadores ENR, estas políticas liberais democráticas são a causa da alegada crise contemporânea do mundo europeizado. Ao invés delas, a ENR deseja reviver e revitalizar a Europa através da implementação de princípios de uma comunidade orgânica e hierarquicamente estruturada, e o etno-pluralismo numa nova ordem pós-liberal. A segunda característica é a extensiva apropriação pela ENR da doutrina do comunista italiano Antonio Gramsci sobre a hegemonia cultural.19 Esta doutrina é baseada no conceito de que uma revolução só terá sucesso se for baseada na dominação cultural sobre uma dada sociedade, implantando certas mensagens ideológicas através dos jornais, conferências e educação superior. O "gramscismo de direita" da ENR – junto com a adoção de ideias específicas da Nova Esquerda, especialmente sua sofisticada retórica anticapitalista, assim como afirmações regionalistas e ecológicas – certamente foi um movimento estratégico inovador para velar sua agenda fascista na Europa do pós-guerra.20 Tendo abandonado tanto o espaço de grupos fascistas prontamente revolucionários, mas extremamente marginal, quanto a esfera de disputa parlamentar, a qual partidos populistas de direita aderem, a ENR preferiu "focar na batalha pelas mentes",21 escolhendo assim a via do "fascismo metapolítico". A natureza fascista da ENR, no entanto, é questionada por alguns estudiosos que argumentam que os pensadores ENR foram para além do fascismo e do antigo projeto revolucionário de direita, em direção a "uma síntese ideológica pós-moderna distinta".22
O "Centro Histórico-filosófico EON (Aeon)" de Aleksandr Dugin, fundado em 1988 e transformado na "Associação Historico-Religiosa Arktogeia (Terra do Norte)" em 1991, se tornou o "nó" russo da rede mais ampla da ENR. (O falecido Graham Smith se referia como "a Nova Direita Eurasianista"23). Em .24, Dugin lançou seu primeiro jornal, Milyi Angel (Doce Anjo), que contava com um artigo do Novo Direitista italiano Claudio Mutti, entrevistas com os autores ENR Philippe Baillet e Jean-Pierre Laurant, assim como artigos sobre e do próprio René Guénon e Julius Evola, que são considerados fontes de inspiração importantes para a ENR. Em 1992, Dugin lançou outro jornal, Elementy (Elementos), um título que fazia referência direta às publicações da ENR, mas precisamente a Éléments francesa,24 a Elementi italiana e a Elemente alemã. Publicado entre 1992 e 1998, cada uma das noves edições de Elementy trouxeram artigos de pensadores ou intelectuais intimamente associados com esta rede metapolítica. Também em 1992, dois dos principais autores da GRECE, Alain de Benoist e Robert Steuckers, visitaram Moscou a convite de Dugin para particparem de um painel de discussão no escritório do jornal direitista e nostálgico da era soviética, Den' (Dia), no qual Dugin trabalhou como jornalista. Também participou da discussão o editor-chefe da Den', Aleksandr Prokhanov, e o líder dos comunistas russos, Gennadiy Zyuganov. O início dos anos 90 foi a epoch da chamada "aliança vermelho-marrom", caracterizada por uma integração com fins práticos da direita radical e esquerda radical russa. Assim, era natural que comunistas russos (ou melhor nacional-comunistas) terem grande interesse pelas ideias da ENR que costumavam explorar a crítica esquerdista ao capitalismo e ao liberalismo burguês. De Benoist ficou desapontado com a visita a Moscou já que, segundo ele próprio, ficou "perturbado pelo imperialismo e jacobinismo bruto da grande maioria dos assim chamados 'patriotas'", alguns dos quais "não pensavam em nada além da restauração da velha dominação russa sobre os países da Europa Oriental e talvez até da Europa Central".25
O desapontamento resultou na ruptura de relações com Dugin, que ainda assim continuou a listar o GRECE como uma missão "Eurasiana" na França.
Em 2005, Dugin foi convidado a participar de um encontro inaugural de um grupo britânico de Nova Direita, organizado por Troy Southgate, um ex-ativista da National Front britânica e atualmente um Novo Direitista confesso.26 Mais tarde, naquele ano, em Antwerp e em Bruxelas, Dugin participou de duas conferências organizadas pelo jornal TeKos, intimamente associado com o Synergies Européennes (Figura 2). Durante a sua viajem a Europa em 2005, Dugin se encontrou e entrevistou com outros pensadores ENR, Jean Parvulesco e de Benoist, aparentando assim ter superado a ruptura de 12 anos entre ele e de Benoist. As entrevistas foram exibidas parcialmente em um dos episódios do programa de TV de Dugin, Vekhi (Marcos), abrigados pelo canal ortodoxo russo Spas (o nome de um dos festivais do cristianismo ortodoxo). O episódio foi dedicado a questão da identidade nacional na Europa, e Dugin direcionou o tema exclusivamente aos pensadores ENR, apresentados ao público como a "elite intelectual e política europeia", enquanto De Benoist foi descrito como um "proeminente intelectual europeu" e um "líder da Nova Direita que reúne as melhores mentes de todos os estados europeus"27. Em Setembro de .28, Aleksandr Dugin – agora professor de sociologia na Universidade Estatal de Moscou (UEM), uma instituição acadêmica de distinção na Rússia – estabeleceu o Centro para Pesquisas Conservadoras (CPC) na Faculdade de Sociologia da UEM. Já em Novembro de 2008, De Benoist, o primeiro convidado a falar na CPC, ministrou uma leitura para estudantes e equipe acadêmica da UEM. Penetrar os setores educacionais é de grande importância no contexto da estratégia metapolítica da ENR de "batalha por mentes", já que universidades, institutos e colégios dão oportunidades específicas à ENR para que possam exercer influência direta sobre aqueles que estarão formando a opinião pública e governando países no futuro.
A doutrina do Neoeurasianismo28 propagada por Dugin, assim como a sua "trajetória de um extremista marginal a um ideólogo da elite acadêmica e política pós-soviéticas" – para citar o título de um dos artigos29 – são bem pesquisadas,30 enquanto que a natureza fascista de ideologia de Dugin é amplamente discutida31. Este estudo, no entanto, foca no assunto que é raramente sujeito a uma análise profunda, mais precisamente, o fenômeno da versão do ultranacionalismo da Nova Direita que constitui – junto com o conceito do renascimento socio-político da "comunidade cultural-étnica"32 – componentes centrais do Neoeurasianismo. Metodologicamente, o estudo é baseado na abordagem elaborada por Roger Griffin, que define o fascismo genérico da seguinte forma:
Um espécime do modernismo político revolucionário [. . .] cuja missão é combater as alegadas forças degenerativas da história contemporânea (decadência) trazendo uma modernidade e uma temporalidade alternativas (uma "nova ordem" e uma "nova era"), baseadas no renascimento, ou paligênese, de uma nação.33
Essa abordagem dá continuidade ao modelo conceitual de um certo "novo consenso" nos estudos do fascismo34, e permite transcender as limitações do campo de pesquisa ao considerar fascismo, modernismo e religiões políticas. Também é importante que a abordagem é aplicável tanto para o período do entre-guerras quanto do pós-guerra: Como o conceito de fascismo genérico de Griffin é desenvolvido sobre os degraus medianos, teóricos, da escala da abstração,35 é possível descer nessa escala para degraus mais baixos, empíricos, para analisar apropriadamente os aspectos ideológicos específicos do tempo ou país de um movimento, partido ou rede.
Do Direito à Diferença aos Guetos Etno-Culturais
Parece difícil aplicar o conceito de nação à ENR, já que os pensadores associados com a rede reafirmam (ou glorificam?) a irrevogável morte de uma nação-estado. Como De Benoist entende, "[a] ideia de uma nação-estado, que reinou na Europa desde a Paz de Westphalia até a primeira metade do século 20, chega hoje ao seu fim".36 No entanto, é possível superar esta contradição conceitual neste estudo já que a abordagem de Griffin implica num conceito orgânico de nação que não é necessariamente igual à nação-estado ou suas fronteiras existentes, herança da noção moderna de soberania do "povo" como uma entidade e ator histórico distinto e supra-indivíduo37. Ao repudiar a ideia "modernista" de nação-estado, ou uma união política de nações-estado (isto é, a União Europeia), os pensadores da ENR propõe um conceito aparentemente "pós-moderno" de "uma federação decentralizada de identidades etno-culturais orgânicas que retrate o espírito 'histórico' profundo da Europa cultural"38. O conceito em si é resultado da, no fim das contas modernista, ou talvez alternativa modernista, ressíntese da antiga noção de nacionalismo orgânico que sustenta que "nações e suas características são organismos que podem ser facilmente verificados por suas diferenciações culturais" e "que os membros das nações podem perder, e frequentemente o têm, sua auto-consciência nacional junto com sua independência", enquanto que "o dever dos nacionalistas é restaurar esta auto-consciência e independência à nação orgânica 'redesperta'".39 A natureza ressintetizada do conceito da ENR de uma nação orgânica incorpora as ideias da Nova Esquerda de regionalismo político, mudando assim a ênfase da nação orgânica para a federação de nações orgânicas, ou a mitificação das "etnia[s] como comunidade[s] históricas ou étnicas homogêneas".40
Dugin concorda completamente com o conceito da ENR de nações orgânicas, e define o "etnos" (palavra russa para a "etnia") como uma "identidade imediata de um indivíduo da sociedade tradicional, da qual ele [sic!] obtém tudo – linguagem, costumes, atitudes psicológicas e culturais, programa de vida e sistema de identificações sociais ou relacionadas a idade41. Assim, de acordo com Dugin, as etnosy são "valores e sujeitos principais da história humana", que "vivem em reconciliação com os ciclos orgânicos naturais, mutações similares às ondas, etc"42.
Como Dugin acredita que a natureza da comunidade étnica é superior ao, e mais profunda que, o estado, o Neo-eurasianismo refuta a ideia dos estados-nações modernos, mesmo os russos, e promovem o conceito de um "Império Eurasiano" construído sobre os princípios do "federalismo eurasiano". De acordo com o conceito, todas unidades políticas desse "império" devem ser estabelecidos de acordo com identificações culturais, históricas ou étnicas, ao invés de simples divisões administrativas.43
Nos anos 80 a ENR, especialmente a Nouvelle Droite, deu uma "virada cultural" e seus pensadores começaram a ressaltar a essência cultural das ethnie. A "virada" permitiu que se distanciassem da concepção biológica de etnicidade, usando a noção de cultura como um eufemismo para uma ethnie. Culturas mundiais ou identidades culturais, vistas como "históricas", "enraizadas", "autênticas" ou "tradicionais", se tornaram as entidades mais importantes e valorizadas pela ENR. No entanto, já que povos soberanos podem ser privados de suas culturas, há a necessidade de se preservar e proteger a autenticidade cultural a qualquer custo. É significante notar que a ENR contemporânea percebe sua própria comunidade étnica, ou melhor, uma comunidade e cultura nacional europeia, como sofrendo uma fase de decadência que deve ser superada revivendo, revigorando e restaurando a substância espiritual da comunidade. Sendo assim, esta forma de "preservar" a autenticidade cultural estaria dificilmente relacionada com o pensamento conservador já que a comunidade europeia deve ser rejuvenescida para criar história ao invés de ser preservada como uma peça histórica de museu.
A doutrina Neo-eurasianista não dá ênfase a cultura e a identidade cultural tão proeminentemente quanto as construções ideológicas de seu equivalente francês. Dugin fala sobre autenticidade cultural mas, em seu ponto de vista, a cultura é apenas uma - mesmo se for muito importante - das manifestações de uma comunidade étnica, de uma ethnie. Essa peculiaridade do Neo-eurasianismo tem suas raízes na adoção por parte de Dugin da teoria de etnogênese do etnólogo e antropólogo Lev Gumilev.44 Desde os anos 70, a "pesquisa" pseudocientífica de Gumilev sobre as comunidades étnicas se tornaram cada vez mais influentes nos círculos acadêmicos da União Soviética. Ele virtualmente legitimou o discurso racista dentro de uma ciência soviética supostamente internacionalista. De acordo com a teoria de etnogênese de Gumilev, etnos é uma comunidade orgânica biologizada - com sua energia-vital determinada pelas forças do espaço - sujeita a certas leis de desenvolvimento histórico inescapáveis, ao passar pelos estágios da ascensão, clímax e convolução. Dugin entende inequivocamente a sua própria comunidade étnica, russa, como em estado de declínio. Ele crê que a nação russa está passando por uma fase de dilapidação decorrente de sua própria alienação de sua essência mística. Em seu julgamento, a melhoria da severa "condição, no sentido étnico, biológico e espiritual," do povo russo significa recorrer a um nacionalismo russo definido em termos étnicos culturais.45
Se a identidade cultural (e portanto étnica) é vista pela ENR como a mais importante e valorosa entidade, então é lógico presumir que o principal inimigo da ENR é a força vista como sendo oposta a preservação e juvenilização das comunidades nacionais únicas do mundo. Por isso, a rejeição radical do multiculturalismo (o projeto liberal) e o internacionalismo (o projeto socialista/comunista) são inerentes ao núcleo ultranacionalista da visão de mundo da ENR. Os ideólogos do movimento acreditam que as práticas "homogeneizantes" e "assimilacionistas" (antes de tudo, a miscigenação) associadas a esses conceitos diluem as diferenças entre culturas e as transformam em uma cultura universal única. Multiculturalismo e internacionalismo não permanecem abstratos na visão de mundo da ENR: se a relevância do internacionalismo promovido pela União Soviética (ao menos oficialmente) reduziu drasticamente com a queda do Império Soviético, o multiculturalismo está encorporado no "Grande Caldeirão de Misturas" dos EUA. O mundo anglo-americano em geral é visto como um sinônimo da decadência materialista, como um mundo onde "diversidade cultural, solidariedade humana e espiritualidade são obliteradas na marcha em direção a americanização e vitória final do homo oeconomicus".46
Neste ponto a doutrina Neo-eurasianista coincide completamente com a visão de mundo da ENR. Dugin vê a globalização de hoje como um processo, no qual as abordagens culturais do ocidente (acima de tudo, anglo-saxônicas, americanas) se tornam universais, enquanto os diferentes aspectos socio-políticos, étnicos, religiosos e culturais são com frequência reduzidos violentamente ou artificialmente a um único padrão.47 Nos termos do Neo-eurasianismo, a globalização e o universalismo do modelo liberal ocidental levaram a decomposição das comunidades étnicas em indivíduos autônomos - o processo que por sua vez leva a total miscigenação de raças e povos, assim como o nascimento de um novo humano cosmopolita. A sociedade multicultural americana é assim entendida como um esfumaçamento proposital entre as diferenças etno-culturais:
O nivelamento de modelos econômicos e políticos em escala planetária parte do princípio do estabelecimento de um esteriótipo cultural único. É razoável sugerir que o modelar deste esteriótipo há de ser feito por estas forças e polos, que vieram a ser os fomentadores e guardiões de todo o processo de globalização. O american way of life, clichê da cultura ersatz americanizada transmitida via mídia global, deverá suplantar os projetos de cultura local, ajustando a diversidade estabelecida historicamente por padrões unidimensionais pré-estabelecidos.48
Em seu mais importante livro, Osnovy geopolitiki [Fundações da geopolítica], Dugin – "uma espécie de porta-voz e ideólogo" da "demonização dos valores ocidentais"49 – assentou geopoliticamente a aversão neo-eurasianista aos EUA e ao mundo Anglo-Saxão em geral. De acordo com as teorias geopolíticas imperialistas que adere,50 o planeta está dividido grosseiramente em três grandes espaços: a Ilha-Mundo [World Island] (principalmente os EUA e os UK), Eurásia (predominantemente a Europa Central, Rússia e Ásia) e o Rimland (os estados entre a Ilha-Mundo e a Eurásia). De acordo com a doutrina neo-eurasianista, há um confronto perene e irresolúvel entre a "potência marítima", associada à "Nova Ordem Mundial homogeneizante" dominada pelos EUA, e a "Potência Terrestre" da "Nova Ordem Eurasiana" de orientação russa, que resiste a globalização e a universalização etno-cultural. Em uma tradição classicamente maniqueísta, Dugin demoniza os EUA e toda a "Ilha-Mundo" Atlanticista como um "reinado do anticristo".51
Os propagadores tanto de uma Europa federal e descentralizada ("uma Europa de centenas de bandeiras"52) quanto de um império Eurasiano de regiões etno-culturais parte do princípio que os estados do Terceiro Mundo que supostamente personificariam as comunidades tradicionais enraizadas, seriam seus aliados naturais na batalha contra a "Nova Ordem Mundial homogeneizante". De acordo com De Benoist, a "diversidade [cultural] é a riqueza do mundo",53 e a ENR promove a ideia de culturalismo antropológico na sua "luta contra a hegemonia de certos imperialismos padronizantes e contra a eliminação de minorias ou civilizações dominadas"54. Aqui, a ENR imita – de uma forma bastante distorcida – o chamado democrático pelo direito a diferença de todos os povos e culturas. Como afirma a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, "todos os povos contribuem para a diversidade e riqueza das civilizações e culturas, que constituem o patrimônio comum da humanidade", portanto "reconhecendo o direito de todas as pessoas de serem diferentes, de se considerarem diferentes e de serem respeitadas como tal".55 A ENR transforma esse direito em um imperativo, assim a "exclusão recebe um lugar de honra".56 A partir de então,
"[o] direito a diferença" se converteu de um meio de defesa das minorias oprimidas em um instrumento de legitimação dos mais extremos apelos a auto-defesa de uma identidade nacional (e/ou europeia) "ameaçada". 57 Como resultado, a ENR tende a apoiar o pluralismo cultural-étnico do mundo ao invés do pluralismo cultural (multiculturalismo) de uma determinada sociedade ou comunidade. A ENR demonstra solidariedade pró-Terceiro Mundista, mas eventualmente o respeito da ENR pelas comunidades culturais e/ou nacionais indígenas é uma forma de legitimar o exclusionismo europeu e a rejeição da miscigenação (para uma representação gráfica dessa tese veja Figura 3). Este tipo de legitimação foi necessária para manter a respeitabilidade, já que o desenrolar trágico do século vinte desacreditou o racismo biológico e "não foi mais possível falar publicamente sobre as diferenças que se acreditava através da linguagem do 'velho racismo'".58 Portanto, a ENR afirma a intransponível diferença não em termos biológicos ou étnicos, mas ao invés disso em termos de cultura, ao mesmo tempo que – de uma maneira politicamente correta – rejeita a ideia de uma hierarquia entre as culturas. No entanto, o principal impulso da ENR é o da identidade europeia, e o ideal dela é "uma Europa federal" constituída de "comunidades étnicas-culturais homogêneas".59
Como o nome sugere, o Neo-eurasianismo se refere à Eurásia e não à Europa. Dugin promove a ideia de um "pluralismo étnico positivo", um projeto focado em manter uma balança demográfica positiva ou ao menos zerada para impedir o desaparecimento das comunidades étnicas eurasianas. É precisamente a ideia desse projeto que explica a necessidade de que uma Eurásia politicamente dividida dê lugar a um império Eurasiano liderado espiritualmente pela Federação Russa. Se espera que todas fronteiras políticas sejam abolidas em favor de novas "fronteiras naturais, orgânicas e étnicas". Dugin afirma que essas fronteiras não implicam dominação política de uma comunidade étnica sobre outra, no entanto, elas inerentemente levam ao surgimento de guetos etno-culturais. Em termos Neo-eurasianos, isso é chamado de "processo cultural-étnico orgânico" cuja a intenção é criar "realidades nacionais" individuais para russos, assim como para tártaros, tchetchenos, armênios e o resto.61
Apesar dele afirmar que o diferencialismo étnico Neo-eurasianista exclui a miscigenofobia, e às vezes a mistura étnica é um processo inevitável e positivo,62 Dugin ressalta que a nação russa precisa manter sua identidade étnica e que deveria haver regulamentações legais especiais para assegurar a preservação da identidade étnica da nação russa dentro do império supranacional Eurasiático.63 Aparentemente, essas regulamentações legais são as "normas de higienização etno-cultural" que a ordem neo-eurasiana de Dugin está ativamente promovendo a serem introduzidas.64 Como Spektorowski comentou de forma perspicaz a respeito da ENR em geral, no entanto igualmente relevante para a doutrina Neo-Eurasianista especificamente, a ideia por trás do federalismo dos Novos Direitistas é "uma Europa nacional-socialista excludente", "o campo adequado para a emergência de um novo tipo de totalitarismo que se sustenta na versão europeia das 'políticas de identidade'".65
É evidente, assim, que as interpretações Neo-Eurasianas dos "direitos dos povos a diferença" não é tanto um mecanismo para defender as peculiaridades étnicas-culturais dos povos eurasiáticos, mas ao invés disso "um instrumento de legitimação dos mais extremos apelos a auto-defesa" de uma identidade étnica russa vista como em decadência. Esta ideia é talvez articulada melhor e mais sucintamente pelo próprio Dugin: "A vontade de qualquer povo é sagrada. A vontade do povo russo é sagrada cem vezes mais".66 Em outras palavras, apesar de todos animais serem iguais, alguns animais são realmente mais iguais que outros.
Conclusão:
Neste artigo, o Neo-eurasianismo de Aleksandr Dugin é analisado através da perspectiva do ultranacionalismo expresso pela Nova Direita Europeia, uma rede metapolítica ampla de think-tanks, jornais, colóquios e vários outros projetos culturais. Sendo um conhecido gerador de notícias e popular comentarista político, Dugin tem influência significante sobre a opinião pública na Rússia e a está empurrando em uma direção direitista. No entanto, a questão de se as ideias de Dugin tem uma influência direta sobre as autoridades russas continua sem resposta. Estamos inclinados a concordar com a observação de Shlapentokh, de que seria ingênuo acreditar que Putin ou qualquer membro do seu círculo interno comece o dia lendo as publicações mais recentes de Dugin da mesma forma que oficiais soviéticos do passado começavam o dia lendo o Pravda.67
Sem dúvida alguma, há razões para pensar diferente. Em 1999, Dugin foi indicado a conselheiro especial do orador da Duma de então, Gennadiy Seleznev, que sugeriu publicamente que a doutrina geopolítica de Dugin se tornasse parte do currículo das escolas russas.68 De 1999 a 2003, Dugin foi uma figura chave no Centro de Expertise Geopolítico – a mesa de consultoria de especialistas da segurança nacional, estabelecida sob Seleznev. Mais recentemente, o comentarista política Ivan Demidov, que certa vez afirmou que era um momento auge para implementar as ideias de Dugin69, foi indicado ao cargo de diretor do Diretorado Ideológico do Departamento Político do Comitê Executivo Central da Edinaya Rossiya70 (Rússia Unida, o partido político virtualmente monopolizador do primeiro ministro Vladimir Putin). No entanto, influenciar imediatamente as autoridades russas em si dificilmente é seu objetivo principal. Uma vez que a estratégia da ENR é "um projeto de longo-prazo para ganhar corações e mentes",71 os Neo-eurasianistas ressaltam – completamente em acordo com "gramscismo de direita" – a importância de desenvolver uma cultura de direita radical dentro da sociedade russa, particularmente, através da educação superior. Como argumentou Capoccia, "a democracia pode ser [. . .] 'defendida' por estratégias com objetivos de longo-prazo, como aqueles direcionados em promover uma cultura democrática através da educação ou da propaganda democrática", e ainda mais importante "no atual contexto de 'proteção e promoção' da democracia em estados onde é recente o processo de democratização".72 Aparentemente a Nova Direita Russa, liderada por Aleksandr Dugin, Professor de Sociologia da Universidade Estatal de Moscou, está totalmente consciente de que o fascismo pode ser "defendido" da mesma forma.
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George Orwell, Animal Farm (New York: Knopf, 1993), 88. ↩
-
Aleksandr Dugin, The End of Compromises - Tanks to Tbilisi!, Evrazia.org, August 10, 2008 (http://evrazia.org/article.php?id=571#english). ↩
-
Tretya mirovaya nachalas’. Aleksandr Dugin prizyvaet srazhat’sya, Russia.ru, August 9, 2008 (http://www.russia.ru/video/dugin3mir/). ↩
-
See (or listen) Osoboe mnenie s Aleksandrom Duginym, Echo of Moscow, August 08, 2008 (http://www.echo.msk.ru/programs/personalno/532383-echo/). ↩
-
The core Georgia term became widespread in August 2008 and meant Georgia without South Ossetia and a second separatist province of Abkhazia. ↩
-
Charles Clover, Invasion’s ideologues: Ultra-nationalists Join the Russian Mainstream, Financial Times, September 8, 2008 (http://www.ft.com/cms/s/0/4e3712f4-7dc6-11dd-bdbd000077b07658.html). Besides Dugin, the article focuses on other Russian right-wingers like Dmitriy Rogozin, Vladimir Zhirinovskiy, and Aleksandr Prokhanov. ↩
-
Daniel Bell (ed.), The New American Right (New York: Criterion Books, 1955). ↩
-
Daniel Bell (ed.), The Radical Right. The New American Right, Expanded and Updated (Garden City, NY: Doubleday, 1963). ↩
-
Peter Viereck, The Philosophical “New Conservatism” - 1962, in Daniel Bell (ed.), The Radical Right, 155. ↩
-
On the American and British neoconservative New Right see Sara Diamond, Roads to Dominion: Right-Wing Movements and Political Power in the United States (New York: Guilford Press, 1995), especially Part II: The Rise of the New Right, 1965-1979, 109-202; Chip Berlet, Matthew Nemiroff Lyons, From Old Right to New Right: Godless Communism, Civil Rights, and Secular Humanism, in Chip Berlet, Matthew Nemiroff Lyons, Right-Wing Populism in America: Too Close for Comfort (New York: Guilford Press, 2000), 199-227; Jonathan Martin Kolkey, The New Right, 1960-1968: With Epilogue, 1969-1980 (Lanham, New York and London: University Press of America, 1983); Norman P. Barry, The New Right (London and New York: Croom Helm, 1987); Desmond S. King, The New Right: Politics, Markets and Citizenship (Basingstoke: Macmillan Education, 1987); Mark Hayes, The New Right in Britain: An Introduction to Theory and Practice (London and Boulder: Pluto Press, 1994). ↩
-
Le Figaro Magazine founder and GRECE member Louis Pauwels referred to the nouvelle droite in his France Soir article on March 29, 1979, so as to contrast this trend to the bourgeois, conservative, and reactionary right. See Tamir Bar-On, Where Have All the Fascists Gone? (Hampshire and Burlington: Ashgate Publishing Limited, 2007), 84-85. ↩
-
On the French Nouvelle Droite see Roger Griffin, Between Metapolitics and Apoliteia: The Nouvelle Droite’s Strategy for Conserving the Fascist Vision in the “Interregnum”, Modern &Contemporary France 8/1 (2000): 35-53; idem, Plus ça change! The Fascist Pedigree of the Nouvelle Droite, in Edward J. Arnold (ed.), The Development of the Radical Right in France: From Boulanger to Le Pen (Basingstoke: Macmillan, 2000), 217-252; Pierre-André Taguieff, Sur la Nouvelle Droite: jalons d’une analyse critique (Paris: Descartes &Cie, 1994); idem, The New Cultural Racism in France, Telos 83 (1990): 109-122; idem, From Race to Culture: The New Right’s View of European Identity, Telos 98-99 (1993-4): 99-125; Anne-Marie DurantonCrabol, Visages de la Nouvelle droite: Le GRECE et son histoire (Paris: Presses de la Fondation nationale des sciences politiques, 1988). ↩
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This year Siegfried Pöhlmann, a Deputy Chairman of Nationaldemokratische Partei Deutschlands (NPD, National Democratic Party of Germany), founded the Aktion Neue Rechte (Action New Right) after his failure to become a leader of NPD. See Rainer Benthin, Die Neue Rechte in Deutschland und ihr Einfluß auf den politischen Diskurs der Gegenwart (Frankfurt am Main: Lang, 1996), 28. There’s regrettably little research on the Neue Rechte available in English. The first point of reference is Roger Woods, Germany’s New Right as Culture and Politics (Basingstoke and New York: Palgrave Macmillan, 2007). In German see, first and foremost, Armin PfahlTraughber, Konservative Revolution und Neue Rechte: Rechtsextremistische Intellektuelle gegen den demokratischen Verfassungsstaat (Opladen: Leske + Budrich, 1998); Benthin, Die Neue Rechte in Deutschland; Wolfgang Gessenharter, Kippt die Republik? Die Neue Rechte und ihre Unterstützung durch Politik und Medien (Munchen: Knaur, 1994). See also the web-site of Junge Freiheit (Young freedom), an important newspaper of the Neue Rechte (http://www.junge-freiheit.de), and its archive (http://www.jf-archiv.de). ↩
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Bar-On, Where Have All the Fascists Gone?, 145. On the Italian Nuova Destra see Franco Ferraresi, Threats to Democracy: The Radical Right in Italy after the War (Princeton: Princeton University Press, 1996); Roger Griffin, The Blend of Literary and Historical Fantasy in the Italian New Right, Literature and History 11/1 (1985): 101-124; Marco Revelli, La nuova destra, in Franco Ferraresi (ed.), La destra radicale: una ricerca (Milano: Feltrinelli, 1984), 119-187; Piermario Bologna, Michele Calandri and Emma Mana (eds), Nuova destra e cultura reazionaria negli anni ottanta (Cuneo: Istituto storico della Resistenza in Cuneo e provincia, 1983). ↩
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By 1993 the Belgian Nieuw Recht was mostly associated with TeKoS (from Dutch Teksten, Kommentaren en Studies), a journal founded in 1979 by Luc Pauwels and published by Delta Stichting (see http://delta-stichting.blogspot.com). Another major Belgian node was enabled in 1993, when Robert Steuckers left GRECE and founded his think tank Synergies Européennes (European Synergies). ↩
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The pan-European phenomenon remains heavily under-researched. Before 2007, there were only two monographs on the ENR available in English, see Tomislav Sunic, Against Democracy and Equality: The European New Right (New York: Peter Lang, 1990) and Michael O’Meara, New Culture, New Right: Anti-Liberalism in Postmodern Europe (Bloomington: 1stBooks, 2004), but, ironically, both books were written by ENR adherents. For an unbiased, comprehensive studyof the phenomenon see Bar-On, Where Have All the Fascists Gone? See also Roger Griffin, Interregnum or Endgame? The Radical Right in the “Post-fascist” Era, Journal of Political Ideologies 5/2 (2000): 163-178; Alberto Spektorowski, The New Right: Ethno-regionalism, Ethno-pluralism and the Emergence of a Neo-fascist “Third Way”, Journal of Political Ideologies 8/1 (2003): 111-130. ↩
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Concerned readers can check the links section at the GRECE’s web-site (http://www.grece-fr.net/liens/_liens.php) to evaluate the broadness of the ENR network. ↩
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On the ideological origins of the ENR see Matthew Feldman, Between Geist and Zeitgeist: Martin Heidegger as Ideologue of “Metapolitical Fascism”, Totalitarian Movements and Political Religions 6/2 (2005): 175-198; Thomas Sheehan, Myth and Violence: The Fascism of Julius Evola and Alain de Benoist, Social Research 48/1 (1981): 45-73; Richard Drake, Julius Evola and the Ideological Origins of the Radical Right in Contemporary Italy, in Peter Merkl (ed.), Political Violence and Terror: Motifs and Motivations (Berkeley, CA: University of California Press, 1986), 61-89; Pfahl-Traughber, Konservative Revolution und Neue Rechte. ↩
-
On Antonio Gramsci’s theory of cultural hegemony see Walter L. Adamson, Hegemony and Revolution: A Study of Antonio Gramsci’s Political and Cultural Theory (Berkeley: University of California Press, 1980); Kate A.F. Crehan, Gramsci, Culture, and Anthropology (Berkeley: University of California Press, 2002). ↩
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On the fascist nature of the ENR see Griffin, Between Metapolitics and Apoliteia; idem, Plusça change!; Richard Wolin, The Seduction of Unreason: The Intellectual Romance with Fascism: From Nietzsche to Postmodernism (Princeton: Princeton University Press, 2004), 256-277; James G. Shields, The Extreme Right in France: From Pétain to Le Pen (London and New York: Routledge, 2007), 143-157; Martin A. Lee, The Beast Reawakens: Fascism’s Resurgence from Hitler’s Spymasters to Today’s Neo-Nazi Groups and Right-Wing Extremists (London and New York: Routledge, 1997), 210-216. ↩
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Roger Griffin, Introduction, in Cyprian Blamires and Paul Jackson (eds), World Fascism: A Historical Encyclopedia (Santa Barbara: ABC-CLIO, 2006), 23. ↩
-
Bar-On, Where Have All the Fascists Gone?, 134. For this scholarly position, besides Bar-On’s research, see Taguieff, Sur la Nouvelle Droite; Duranton-Crabol, Visages de la Nouvelle droite. ↩
-
Graham Smith, The Masks of Proteus: Russia, Geopolitical Shift and the New Eurasianism, Transactions of the Institute of British Geographers 24/4 (1999): 483. ↩
-
The full title of the French journal is éléments pour la civilisation européenne (Elements for European civilisation), while the full title of the Russian journal is Elementy - evraziyskoe obozrenie (Elements - Eurasian review). ↩
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Three Interviews with Alan de Benoist, Telos 98-99 (1993-1994): 209-210. ↩
-
On Troy Southgate see Graham D. Macklin, Co-opting the Counter Culture: Troy Southgate and the National Revolutionary Faction, Patterns of Prejudice 39/3 (2005): 301-326. Southgate is also an editor of the New Right journal Synthesis: Journal du Cercle de la Rose Noire (Journal of the circle of the black rose) (www.rosenoire.org) and a prolific musician, whose possibilities of propaganda thus surmount the materialist realm of books, journal articles and discussions. ↩
-
Aleksandr Dugin, Puteshestvie po intellektual’noy Evrope - poiski otvetov na zhiznennye voprosy, Evrazia.org, November 22, 2005 (http://www.evrazia.org/modules.php?name=News&file=print&sid=2760). Concerned readers can also watch the episode (http://large.evrazia.org/Veni_17.wmv). The description itself and de Benoist’s appearance at the Christian Orthodox TV-channel were all the more surprising since he used to vehemently attack Judeo-Christianity and demand it to give way to pre-Christian European pagan beliefs. ↩
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Despite the name, Neo-Eurasianism has a limited relation to Eurasianism, the interwar Russian émigré movement. On the historical brand of Eurasianism see Vladimir Makarov, Pax Rossica: The History of the Eurasianist Movement and the Fate of the Eurasianists, Russian Studies in Philosophy 47/1 (2008): 40-63; SLawomir Mazurek, Russian Eurasianism - Historiosophy and Ideology, Studies in East European Thought 54/1-2 (2002): 105-123; Dmitry Shlapentokh, Eurasianism - Past and Present, Communist and Post-Communist Studies 30/2 (1997): 129-151. ↩
-
Andreas Umland, Formirovanie fashistskogo “neoevraziiskogo” intellektual’nogo dvizheniya v Rossii: Put’ Aleksandra Dugina ot marginal’nogo ekstremista do ideologa postsovetskoi akademicheskoi i politicheskoi elity, 1989-2001 gg., Ab Imperio 3 (2003): 289-204. ↩
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Andreas Umland, Post-Soviet Uncivil Society and the Rise of Aleksandr Dugin: A Case Study of the Extraparliamentary Radical Right in Contemporary Russia. Unpublished dissertation submitted to the Faculty of Social and Political Sciences of the University of Cambridge for the degree of Doctor of Philosophy, 2007; idem., Der “Neoeurasismus” des Aleksandr Dugin. Zur Rolle des integralenTraditionalismus und der Orthodoxie für die russische “Neue Rechte” *, in M. Jäger and J. Link (eds), Macht - Religion - Politik. Zur Renaissance religiöser Praktiken und Mentalitäten (Edition DISS., Vol. 11) (Münster: Unrast, 2006), 141-157; idem, *Kulturhegemoniale Strategien der russischen extremen Rechten, österreichische Zeitschrift für Politikwissenschaft 33/4 (2004): 437-454; idem, Formirovanie fashistskogo “neoevraziiskogo” intellektual’nogo dvizheniya v Rossii; Marlene Laruelle, Aleksandr Dugin: A Russian Version of the European Radical Right? Kennan Institute Occasional Paper, no. 294 (2006); Dmitry Shlapentokh, Dugin Eurasianism: A Window on the Minds of the Russian Elite or an Intellectual Ploy?, Studies in East European Thought 59/3 (2007): 215-236; Alexander Höllwerth, Das sakrale eurasische Imperium des Aleksandr Dugin. Eine Diskursanalyse zum postsowjetischen russischen Rechtsextremismus (Soviet and Post-Soviet Politics and Society, Vol. 59) (Stuttgart: ibidem, 2007). ↩
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Anton Shekhovtsov, The Palingenetic Thrust of Russian Neo-Eurasianism: Ideas of Rebirth in Aleksandr Dugin’s Worldview, Totalitarian Movements and Political Religions 9/4 (2008): 491-506; Andreas Umland, Dugin kein Faschist? Eine Erwiderung an Professor A. James Gregor, Secondary Debate on Aleksandr Dugin, in Roger Griffin, Werner Loh and Andreas Umland (eds), Fascism Past and Present, West and East. An International Debate on Concepts and Cases in the Comparative Study of the Extreme Right (Soviet and Post-Soviet Politics and Society, Vol. 35) (Stuttgart/Hannover: ibidem, 2006), 459-499; Stephen Shenfield, Dugin, Limonov, and the National-Bolshevik Party, in Stephen Shenfield, Russian Fascism: Traditions, Tendencies, Movements (Armonk: M.E. Sharp, 2001), 190-219; Markus Mathyl, The National-Bolshevik Party and Arctogaia: Two Neo-Fascist Groupuscules in the Post-Soviet Political Space, Patterns of Prejudice 36/3 (2002): 62-76; Alan Ingram, Alexander Dugin: Geopolitics and Neo-Fascism in Post-Soviet Russia, Political Geography 20/8 (2001): 1029-1051. ↩
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The issue of the rebirth, or palingenesis, of the cultural-ethnic community in relation to Dugin’s ideology is extensively dealt with in Shekhovtsov, The Palingenetic Thrust of Russian Neo-Eurasianism. ↩
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Roger Griffin, Modernism and Fascism: The Sense of a Beginning under Mussolini and Hitler (Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2007), 181. ↩
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See Roger Griffin (ed.), International Fascism: Theories, Causes and the New Consensus (London: Arnold, 1998). ↩
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On the ladder of abstraction see Giovanni Sartori, Concept Misinformation in Comparative Politics, American Political Science Review 64/4 (1970): 1033-1053. ↩
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Alain de Benoist, What is Sovereignty?, Telos 116 (1999): 115 (http://www.alaindebenoist.com/pdf/what_is_sovereignty.pdf). ↩
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Roger Griffin, Grey Cats, Blue Cows, and Wide Awake Groundhogs: Notes towards the Development of a “Deliberative Ethos”, in Roger Griffin et al. (eds), Fascism Past and Present, 428. ↩
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Spektorowski, The New Right: 123. ↩
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Anthony D. Smith, Nationalism and Modernism: A Critical Survey of Recent Theories of Nations and Nationalism (London and New York: Routledge, 1998), 146 ↩
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Griffin, Plusça change, 243. Italics in original. ↩
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Aleksandr Dugin, Evolyutsiya sotsialnykh identichnostey pri perekhode k paradigme postmoderna, Evrazia.org, October 06, 2004 (http://www.evrazia.org/modules.php?name=News&file=article&sid=1979). ↩
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Programma OPOD “Evraziya”, Evrazia.org, April 21, 2001 (http://www.evrazia.org/modules.php?name=News&file=article&sid=40). ↩
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Programma OPOD “Evraziya”. ↩
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On Lev Gumilev’s theories see Victor Shnirel’man, The Myth of the Khazars and Intellectual Antisemitism in Russia, 1970s-1990s (Jerusalem: Vidal Sassoon International Center for the Study of Antisemitism, 2002); idem., Lev Gumilev: or “passionarnogo napryzheniya” do “nesovmestimosti kul’tur”, Etnograficheskoe obozrenie 3 (2006): 8-21; Victor Yasmann, Red Religion: An Ideology of Neo-Messianic Russian Fundamentalism, Demokratizatsiya 1/2 (1993): 20-38 (http://www.demokratizatsiya.org/Dem%20Archives/DEM%2001-02%20yasmann.pdf); Galya Krasteva, The Criticism towards the West and the Future of Russia-Eurasia, The Eurasian Politician 4 (2003) (http://users.jyu.fi/~aphamala/pe/2003/galya.htm). ↩
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Aleksandr Dugin, Osnovy geopolitiki. Geopoliticheskoe buduschee Rossii. Myslit’ Prostranstvom (Moscow: Arktogeya-tsentr, 2000), 259, 255. ↩
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Bar-On, Where Have All the Fascists Gone?, 109. ↩
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Aleksandr Dugin, Evraziyskaya ideya v kachestvennom prostranstve, Evrazia.org, http:// evrazia.info/modules.php?name=News&file=article&sid=1904. ↩
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Aleksandr Dugin, Evraziyskiy put’ kak natsonal’naya ideya (http://www.evrazia.org/ modules.php?name=News&file=article&sid=849). ↩
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Leonid Luks, “Weimar Russia?” Notes on a Controversial Concept, Russian Social Science Review 49/6 (2008): 34. ↩
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On imperialist geopolitics see Gearóid Ó Tuathail, Imperialist Geopolitics, in Gearóid Ó Tuathail, Simon Dalby and Paul Routledge (eds), The Geopolitics Reader (London: Routledge, 1998), 15-43. ↩
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Aleksandr Dugin’s speech at the Imperial March in Moscow on May 01, 2007 (http://www.baznica.info/pagesid-3956.html). ↩
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See Jean-Adolphe Fouéré, L’Europe aux cent drapeaux. Essai pour servir à la construction de l’Europe (Paris: Presses d’Europe, 1968). A title of the book by the Breton nationalist and ideologue of European federalism Jean-Adolphe Fouéré became one of the major slogans of the ENR. ↩
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Alain de Benoist, Vu de droite: Anthologie critique des idées contemporaines. 5ième éd. (Paris:Copernic, 1979), 25. ↩
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Etienne Balibar, Is There a “New Racism”?, in Etienne Balibar and Immanuel Wallerstein, Race, Nation, Class: Ambiguous Identities (London and New York: Verso, 1991), 21-22. ↩
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United Nations Declaration on the Rights of Indigenous Peoples (New York: United Nations,2008), 1-2 (http://www.un.org/esa/socdev/unpfii/documents/DRIPS_en.pdf). ↩
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Taguieff, From Race to Culture: 124. ↩
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Ibid. ↩
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Ralph D. Grillo, Cultural Essentialism and Cultural Anxiety, Anthropological Theory 3/2 (2003): 163. ↩
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Griffin, Plusça change, 222. ↩
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Fonds d’écran, illustrations, Nouvelle Droite - GRECE (http://www.grece-fr.net/galerie/_galerie.php#fonds). ↩
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Dugin, Osnovy geopolitiki, 258. ↩
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Programma OPOD “Evraziya”. ↩
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Dugin, Osnovy geopolitiki, 251. ↩
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Aleksandr Dugin, Prishel konets Evropy, APN Kazakhstan, November 14, 2005, http://www.apn.kz/publications/article53.htm. An interesting parallel can be drawn between the Neo-Eurasianist concept of a federation and the project of British National-Anarchists (a school within the British New Right led by Troy Southgate), the self-confessed racial separatists: [W]e wish to see a positive downward trend whereby all bureaucratic concepts such as the UN, 40 NATO, the EU, the World Bank, and even nation-states like England and Germany are eradicated and consequently replaced by autonomous village-communities. While these communities may be established along the lines of common traditional culture, ethnicity or religion, the British National Anarchists long for the communities to avoid racial miscegenation that endangers mankind in the same way that hunting and pollution threaten both the environment and the animal kingdom. See What is National Anarchism?, Folk &Faith (http://www.folkandfaith.com/articles/anarchy.shtml). ↩
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Spektorowski, The New Right: 127. ↩
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Aleksandr Dugin, Organicheskaya demokratiya, in Aleksandr Dugin, Konservativnaya revolyutsiya (Moscow: Arktogeya, 1994) (http://arctogaia.com/public/konsrev/demo.htm). ↩
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Shlapentokh, Dugin Eurasianism: 221. See also Matthew Schmidt, Is Putin Pursuing a Policy of Eurasianism?, Demokratizatsiya 13/1 (2005): 87-100. ↩
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Ivan Kurilla, Geopolitika i kommunizm, Russkiy zhurnal. Obrazovanie, February 23, 1999 (http://old.russ.ru/journal/edu/99-02-23/kuril.htm). ↩
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Ivan Demidov: Russkomu narodu neobkhodimo postavit’ sebe tsel’, Evrazia.org, November 04, 2007 (http://evrazia.org/article.php?id=164). ↩
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See Andreas Umland, Moscow’s New Chief Ideologist: Ivan Demidov, Global Politician, March 25, 2008 (http://www.globalpolitician.com/24333-russia). ↩
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Bar-On, Where Have All the Fascists Gone?, 7. ↩
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Giovanni Capoccia, Defence of Democracy against the Extreme Right in Inter-war Europe: A Past Still Present?, in Roger Eatwell and Cas Mudde (eds), Western Democracies and the New Extreme Right Challenge (London and New York: Routledge, 2004), 104. ↩